terça-feira, 14 de julho de 2009

Puck



Naquele instante aquela situação deu-me uma vontade incontrolável de rir e um cão enorme de dentes em riste e a espumar baba pela boca e a esganiçar-se de riso, não é bonito de se ver.

Num repente ele apareceu e assumiu o controle. – É perigoso duas lindas meninas, andarem sozinhas na floresta, podem perder-se, aqui o meu Rex ladra mas não morde e peço desculpa pela brincadeira, mas eu sou ventríloquo e não resisti a brincar convosco – A outra tinha-se agora aproximado a tremer com um pau na mão e eu alinhei na história e deitei-me de focinho no chão aos pés dele, Simon Wintergarten o mordomo do rei, o solucionador de problemas, o grande jardineiro, tão velho como a primeira árvore, a sua presença parecia acalmar o vento e a floresta silenciava-se para que a sua voz se ouvisse acima de qualquer som, nem uma folha se atrevia a cair.

Elas, depois de sossegarem um pouco desataram as duas a falar ao mesmo tempo de fadas brilhantes e perseguições por entre as árvores, ele uma vez mais fez soar a sua voz soberana – Eu sou o guarda desta floresta e por aqui habita uma espécie de pirilampos enormes, há quem diga até que foram eles que inspiraram os poetas a imaginarem seres fantásticos, fadas e outros seres brilhantes com asas e poderes mágicos mas são apenas caprichos da natureza, tão reais como besouros e abelhas, meros insectos, mas venham, eu levo-as à orla da floresta, o Sol não tarda nada vai esconder-se e a floresta é um local pouco acolhedor e nem todos os bichos que por aqui andam são tão inofensivos como os pirilampos ou apenas ladram como o meu cachorro – Tinha uma vontade enorme de lhe morder uma perna, mas sabia o que Oberon me faria e aproximei a cabeça da miúda de cabelo azul e ronronei, deixando que a medo me fizesse uma festa, ao que isto chegou, pelo menos esperava que a Mustardseed se deixasse ficar escondida no seu buraco…

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